Hoje já pouco importa
o que tranca a porta
ou quem bate nela.
Cansei de esmurrar as pontas
de facas e cigarros,
pois quando vc me aperta
não penso em estar alerta.
E pouco me fodo
pra porta aberta.
Não me interessa mais ouvir
seus discursos e juras,
tampouco a canção no rádio.
Mesmo esmurrando e surrando
qualquer letra que me apareça
fico cá pensando
no quanto não sou mais a mesma...
É só o amor, meu amor;
o pré-amor, o pós-amor.
O amor desarmado, desalmado.
Acho que eu tava procurando um céu
e não vi que eram só paredes azuis.
Depois dos sonhos,
os sonhos ficaram
e os meus escombros se remoldaram.
Os planos foram surgindo
inevitáveis
com o passar dos anos.
Mas, vez ou outra,
numa gota de surto psicótico,
eu vejo quase a contragosto
a canção ainda linda
as juras meio foices
e cada vez mais doces.
O aperto na pele e no peito,
sempre um deleite louco
e sem nenhum receio.
E nossa porta aberta
com desleixo trancada.
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