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domingo, fevereiro 18, 2007

Ando precisando de amigos. Estou carente, ando down, à flor da pele e às vezes esqueço como sempre fui passional. Minha vida não me cabe e ao mesmo tempo sobra muito espaço. Minha casa me engole e me sufoca. Minha garganta tem um nó que de jeito algum desata. Numa palavra: triste.
Mas eu conheço tantas palavras que não sei usar e outras tantas que não conheço. Tem dias que acordo e quero me jogar no lixo. Noutros só quero saber quem sou e de onde vim. Tenho medos e solidões. Tenho desejos e coragem.
Tem dias que acordo e acho que não vale a pena. Já mostrou que não vale. Mas quando vou dormir sempre ardo em desejo. Eu quase nunca entendo - quando estou sozinha - esse vórtice no meu peito. Nunca sei se estou mesmo só ou se posso contar com alguém. Tenho muito o que dizer e niguém para ouvir. Me doem alguns passados. Algumas pessoas, apesar das mágoas, fazem falta. Outras fazem pela distância. E fico achando, só pq não as tenho, que elas seriam as únicas que poderiam compreender. Mas no fundo eu sei que ninguém mesmo entenderia. Porque eu não sei dizer.
Eu me sinto. E longe não sei até onde poderia ir. Sozinha eu não garanto, não sei ficar.
Já tentei desatar os nós, mas meu peito não deixa, acostumou-se a eles. Frouxos e indesatáveis. Angustiantes. Acho que não sei mais ser desse jeito. Às vezes eu acordo assustada e vejo que não tem mesmo nada a ver. Já perdi tudo o que tinha pra perder. E o que eu tenho parece pouco, sempre parece quando vou dormir.
É vc que sempre aparece quando eu penso que já consigo fugir.
Não sei.

Bloco do eu sozinho

É Carnaval... As ruas sabem, vazias de gente, repletas de folia. Fuligem nos olhos de vento no rosto, sol também. Uma angústia gritante no peito. Vontade de gritar gritos de desespero invés dos confetes. Batidas no ouvido. Abram alas que eu não guardei nada pro Carnaval. Não pintei o rosto, não ficou nem um resto, não me vesti de cinza. Passou. Não vi tequila nem vinho. Não tem cor alguma na minha avenida.
Os rios de asfalto não me levam a lugar nenhum. Os mosaicos coloridos da caixa-preta não me ferem nem m falam. A cidade anda calada entre uma e outra marcha. Pinta-se de bolas, confete, serpentina. Põe chapéus coloridos na cabeça vazia. Canta, dança, pula, gira, encanta. eu quieta. Esquecida n'alguma cidade submersa que o meu carnaval não é esse. É mais longe. Meus blocos montam casas, contam outras estórias. Passam alas, muitas casas, avenidas. Reflito no espelho uma tez desconexa, fora de contexto. Sento-me quieta com meus livros, jornais e cadernos - cantando marchas, sambas, marchinhas. E vamos todos na solidão de dia do Rio seco e vazio de gente. Enlouqueço qualquer dia.

sábado, fevereiro 10, 2007

"Sempre que eu preciso me desconectar
Todos os caminhos levam ao mesmo lugar,
É meu esconderijo, o meu altar,
Quando todo mundo quer me crucificar.
Eu só quero estar com você...
Ficar com você.
Quando o tempo fecha e o céu quer desabar,
Perto do limite, difícil de agüentar,
Eu volto pra casa e te peço pra ficar...
Em silêncio... só ficar...
Eu tenho muitos amigos, tenho discos e livros,
Mas quando eu mais preciso... eu só tenho você.
Tenho sorte e juízo, cartão de crédito e um imenso disco rígido,
Mas quando eu mais preciso... eu só tenho você.
Quando eu mais preciso... ...eu só tenho você.
Tenho a consciência em paz. (só tenho você)
Tenho mais do que eu preciso. (só tenho você)
Mas, se eu preciso de paz, eu só tenho você.
Tenho muito mais dúvidas do que certezas.
Hoje, com certeza, eu só tenho você.
Eu tenho medo de cobras,
Já tive medo do escuro...
Tenho medo de te perder. "