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terça-feira, novembro 29, 2005

Detalhes

Homenagem a um amigo meu...
"Não adianta nem tentar me esquecer
durante muito tempo em sua vida eu vou viver
Detalhes tão pequenos de nós dois
são coisas muito grandes pra esquecer
e a toda hora vão estar presentes
você vai ver
Se um outro cabeludo aparecer na sua rua
e isso lhe trouxer saudades minhas, a culpa é sua
o ronco barulhento do seu carro
a velha calça desbotada ou coisa assim
imediatamente você vai lembrar de mim
Eu sei que um outro deve estar falando ao seu ouvido
palavras de amor como eu falei, mas, eu duvido
duvido que ele tenha tanto amor
e até os erros do meu português ruim
e nessa hora você vai lembrar de mim
A noite envolvida no silêncio do seu quarto
antes de dormir você procura o meu retrato
mas na moldura não sou eu quem lhe sorri
mas você vê o meu sorriso mesmo assim
e tudo isso vai fazer você lembrar de mim
Se alguém tocar seu corpo como eu, não diga nada
não vá dizer meu nome sem querer à pessoa errada
pensando ter amor nesse momento, desesperada, você tenta até o fim
e até nesse momento você vai lembrar de mim
Eu sei que esses detalhes vão sumir na longa estrada
do tempo que transforma todo amor em quase nada
mas quase também é mais um detalhe
um grande amor não vai morrer assim
por isso, de vez em quando você vai
vai lembrar de mim
Não adianta nem tentar me esquecer
durante muito e muito tempo em sua vida eu vou viver"


segunda-feira, novembro 21, 2005

Direto do caderno de sorvete - o grande

Eu queria mesmo é saber como foi que tudo começou. Mas o que é tudo? Sem filosofias chavões, lembra? Quando é que foi exatamente que eu me transformei nisso? Ora, se houvesse ponto exato para se tornar qualquer coisa... Eu posso. Entornar minha alma no abismo de uma madrugada até formar uma poça de sangue. Eu poço. O fato, certo ou não, é que acabei ficando assim: desse jeito. Acabei me tornando irremediavelmente e imperdoavelmente eu mesma. Sem saber não fazer uma coisa que quero fazer. Seguindo isso que chamam de impulso ou quem sabe desejo. Inconsequente.

"Uma vez, descobri que a vida é desesperada. Mas vale a pena?" Eu sinceramente não sei. Eu nunca sei. As coisas vão tomando outros rumos, existem ainda mais estradas por aí. E estragos. E estranhos. Como foi surgir essa tal intimidade? Parecem vidas diferentes... Eles também me fizeram. Tem tanta coisa fazendo-me por todos os lados, o tempo todo, e fica impossível determinar com exatidão quem eu sou. Coerção. "Por ser exato..." Eu teria de parar de viver um instante para isso. Morrer? E parece que tudo que eu sou só existe em função de saber quem eu sou - é inútil. e dá-lhe mais filosofia chavão.

É isso aí. Simplesmente sempre diferente dos planos de tantos e tantos anos. De que é feito o pensamento? Sou eu mais uma vez, mais uma noite, sentada sozinha no sofá da sala. Caderno e caneta em mãos. Hoje o som desligado. Sem influências externas. Eu devo ter tido um ponto de partida. Algo como uma molécula dizendo sim à outra. Algo como uma cabeça se apoiando disfarçada na outra. Algo como um telefonema em dia de chuva. - Há histórias com dois começos - Algo como uma conversa determinada, meio por acaso num dia qualquer, buscando um lugar comum. "Vamos fazer um filme?" Eu podia contar a famosa história do elevador - que eu realmente adoro contar - mas assim o início não seria propriamente meu. Coisa de terapeuta tentar buscar tanta origem para as coisas. São só fatos. Quem pediu que explique, porra?

Eu vi um casal trepando na rua de madrugada. Fiquei curiosa pra saber quanto ela cobrava. Acabei não indo ao show. Uma espécie de punição para os meus atos imperdoáveis. Droga. Que merda. Por que a mulher sempre acha que vai salvar o homem? Qual a razão de querermos ser sempre os mais importantes na vida de todo mundo? Não nos chega a nossa? Não. Nunca chega. A alma nunca cabe num corpo só. Puta carência afetiva. O útero é um lugar para onde certamente eu não quero voltar. Também não quero ir pro céu. Mesmo se quisesse, acho que não me deixariam mais. A caligrafia vai ficando assim torta. Queria um dia escrever na velocidade dos meus pensamentos sem ter que pensar mais devagar para isso.

Eita, era pra contar uma história. Os dedos balançando na frente da boca. Não deu para ouvir. É um saco isso de ter que continuar vivendo apesar de. Vontade louca de sumir no mundo, sumir do mapa. Jogar tudo para trás - e não para o alto. De viver a vida como a música do último dia. Mandar o mundo se foder. Ir para um lugar bem longe. Comer todo o chocolate que eu conseguisse.

E se tudo tivesse sido diferente...? Não sei se a vida teria tanta graça se eu naõ fosse uma farsa. Se eu morresse amanhã eu queria... Ah, deixa pra lá os meus quereres. Que merda também isso de a gente não poder mergulhar de cabeça em tudo o que quer. "E se eu fosse o primeiro a voltar pra mudar o que eu fiz? Quem, então, agora eu seria?" Podia ter sido diferente... E nós nunca vamos saber. Não adianta que hoje eu não vou conseguir fugir desses clichês pseudo-filosóficos. Logo que queria tanto fugir de tudo. Eu quero também um dia casar e ter filhos. Afinal, não sou de ferro. Mas acho que se for para engravidar tem que ser uma trepada muito boa pra compensar o parto. Sei lá, também. Não quero nada. O que sei é que a gente muda, vai mudando de sonhos e chega uma hora em que nem percebe, nem lembra. Tenho talento pra ficar calma em horas difíceis, desencanar. Talvez uma predisposição a esperar tudo da vida. Tá dando raiva isso de ver as coisas caindo na rotina e não poder fazer nada. Eu posso. De novo? Pode esperar que da próxima vez vai ser tudo diferente. Eu tô falando pra quem? Isso não vai pra gaveta. Nasci mesmo na contramão. Hoje era eu que queria ser dobrada e guardada na gaveta pra alguém encontrar depois. Amor tem muitos jeitos. Você é pequena ainda pra entender, Eliza. Achei o começo. Foi assim: " - Fizeram-te."

terça-feira, novembro 15, 2005

Auto-justificativa ou um grito pros surdos ou detalhes de minha guerra particular

"Nós dois temos os mesmos defeitos: sabemos tudo a nosso respeito, somos suspeitos de um crime perfeito. Mas crimes perfeitos não deixam suspeitos." E eu fico assim, mão no peito e alma na boca pronta pra cuspir. Fico sentindo seus efeitos... Eu - que já quis esquecer, parar tudo, mergulhar fundo e esperar pra ver no que dá. É fato notório (hehe) que não vai dar em nada. Hoje, depois dos meus maiores êxtases, penso que ISSO é só mais um detalhe, um meio de testar os meus medos ou descair da mesmice que às vezes ameaça aparecer. Você é que está decaindo, mas eu já disse a mim mesma - mais de um milhão de vezes - que vou me desligar desse assunto.

Eu disse um dia que só existe o AGORA, longe disso não pode haver cobrança, pois nunca houve dívida! Isso ainda vale. E se depender de mim, vai valer sempre. Mesmo sabendo que o sempre não existe. É possível voltar atrás de cada passo que se dá, basta ter consciência de que as coisas nunca vão ser iguais ao que eram antes. "Mas no fundo eu nem ligo...Você sempre volta com as mesmas notícias!" Eu tenho a pele quente de uma alma transbordando, prstes a explodir. Às vezes eu penso que seria melhor se eu não soubesse. Depois eu penso em como é mais fácil porque eu sei. Saber ou não saber não faz tanta diferença quanto sentir.

Eu só escrevo para tentar arrancar de mim tudo o que eu quero tanto deixar aqui. É só um jeito de lavar essa ferida que eu quero manter aberta para continuar vivendo com urgência. Mas se não fosse tão igual... Se não fosse tudo tão igual! "Somos íntimos agora." Sempre que eu relembro eu acho tudo tão bonito. Penso que devia agradecer mais vezes. E fico me preocupando tanto com esses fragmentos de vida... Me escondo num papel dobrado que escondo num canto Da gaveta. Vaga-lume. Eu sonhei. Sonhei com uma mulata linda. Sonhei com uma barata e acordei cantando. Sonhei com uma vida normal e até me assustei ao acordar e ver a vida dormindo ao meu lado calada.

"Cada cheiro de vida, cada gosto de vida,
ao passo que me satisfaz
me aumenta a sede e a fome
(...)
Viver é dádiva.
Viver é dívida.
Vem ver a dália.
Viver é dolo.
Viver é dose.
E não é tão clichê quanto parece.
Prece."

Eu tenho uma vida encantada!!! Os silêncios e segredos fazem parte e me temperam nesse encanto. TANTO!
"- Eu tb." !

Nossa.

Um dia eu acordei e tava tudo fora do lugar, mas você não contou uma estória romântica porque o amor na prática é sempre ao contrário. E todas as minhas desculpas e culpas indesculpáveis são só pretextos de uma alma carregada que cospe, vomita, grita e até cala por não ser capaz de chorar suas sinceras-falsas dores.

domingo, novembro 06, 2005

Esquecendo o post anterior...

"Vazios são os domingos e eu me escondo no meu mundo." Também tou um pouco vazia por dentro. Meio nublada eu acho. Meu mundo é sempre o mesmo apesar dessas sutis diferenças. A gente vai criando rotinas e quando gosta delas chama de tradição. Mas entre as mesmices contruímos afetos. Algumas coisas ficam pra sempre. E tem outras que a gente sabe que não duram, mas são momentos tão bons que nos fazem crer em eternidade.
"- Vamos! Vamos tirar uma foto!" Assim, todo mundo junto, pra tentar reunir esses anos num limite de papel. Isso de tentar escrever faz pensar muito no limite do papel. Eu queria ser uma folha A3 das aulas de arte da oitava série. To começando a ter aquele tipo de saudade de quem já não tem mais, esqueço que ainda me falta um ano de cp2.
É bom ouvir as vozes que dão segurança. Acordar e ver que se está exatamente onde queria. Os sussuros distantes de um passado que agora, masi do que nunca, parece ter maturado e se tornado aquilo que sempre sonhamos - a imperdoável felicidade. Mas tudo sempre tem pequenas diferenças que a gente nem percebe. É tudo meio igual. Meu violão é meia-boca. Estou assim, meio desabraçada com vontade de abraçar as pessoas que amo. Bi vem pra cá!!!!! To indo, to indo lá viver.

sexta-feira, novembro 04, 2005

Uáua tsc tsc tsc

Esse é um post em homenagem à todos os escorpianos:
dia 30/10 - Meu tio
dia 31/10 - Meu querido priminho Vítor
dia 04/11 - Nossa tão querida e amada Mamãe e Sartre
dia 06/11 - Nat!!!!!!!!!!!
dia 07/11 - Bia!!!!!!!!!!! e Danielle
dia 15/11 - Minha tão querida, amada e adorada irmã Ellen e Mariana

É isso aí, obrigada a todos pelas comemorações, churrascos, docinhos,...
Eu adorei!!!

E aproveito o espaço também para dizer q finalmente comprei um celular!!!!!!!!!
Mas isso não quer dizer q vcs vão conseguir me encontrar!

É isso, bjs pra vcs

PS: Esse é o pior post q eu já vi, destrói toda a minha imagem de pseudo-poeta.