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domingo, fevereiro 18, 2007

Bloco do eu sozinho

É Carnaval... As ruas sabem, vazias de gente, repletas de folia. Fuligem nos olhos de vento no rosto, sol também. Uma angústia gritante no peito. Vontade de gritar gritos de desespero invés dos confetes. Batidas no ouvido. Abram alas que eu não guardei nada pro Carnaval. Não pintei o rosto, não ficou nem um resto, não me vesti de cinza. Passou. Não vi tequila nem vinho. Não tem cor alguma na minha avenida.
Os rios de asfalto não me levam a lugar nenhum. Os mosaicos coloridos da caixa-preta não me ferem nem m falam. A cidade anda calada entre uma e outra marcha. Pinta-se de bolas, confete, serpentina. Põe chapéus coloridos na cabeça vazia. Canta, dança, pula, gira, encanta. eu quieta. Esquecida n'alguma cidade submersa que o meu carnaval não é esse. É mais longe. Meus blocos montam casas, contam outras estórias. Passam alas, muitas casas, avenidas. Reflito no espelho uma tez desconexa, fora de contexto. Sento-me quieta com meus livros, jornais e cadernos - cantando marchas, sambas, marchinhas. E vamos todos na solidão de dia do Rio seco e vazio de gente. Enlouqueço qualquer dia.

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