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domingo, novembro 20, 2011

Se essa rua, se essa rua fosse minha...


Eu sei que não é fácil. Eu sei que você sabe que eu sei que não é fácil tanto quanto nós sabemos que vai passar mas nem por isso deixamos de repetir o máximo de vezes que dá para ver se passa mais rápido. Às vezes as coisas ficam muito à flor da pele e a gente deixa entrar um ventinho da janela que chega a doer nos poros todos. A dor parece tão funda e parece ainda mais funda porque a gente sabe que, se não tivesse assim tão sensível, não ia ter dor nenhuma. Seria até bom aquele ventinho no rosto.

Queria te dizer que estamos juntas, mas sei que às vezes você só quer ficar sozinha. Queria te dizer que eu queria que as minhas frases não te machucassem e que eu queria que pudéssemos dormir todas as noites. Que essas tais pedras que temos que botar na hora de construir o caminho às vezes são muito pesadas e que eu percebo quando elas machucam os seus dedos, doem nos seus braços e ombros e eu queria que não doessem nunca, ainda mais quando é uma pedra - mesmo uma pedrinha - que você só pega para me ajudar. Vai ver o bom dessas pedras grandes e pesadas é que ajudam a construir a estrada mais rápido, aí quem sabe chega logo a hora de podermos olhar o contorno e ver como há flores e cores e céu e nuvens em formatos estranhos e tantas outras coisas que não são essa estrada.

Eu quero ver e apontar deseducadamente e rir e sentir o sol das coisas com você. Mas enquanto isso, me dá essa pedra, deixa eu segurar desse lado de cá que a gente divide o peso.

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