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quinta-feira, abril 04, 2013

Saldo do dia...

 ..ou Drops de Eliza.

Ao som de Antes de começar (Moska).

Um belo dia você descobre que, ao contrário do que você sempre imaginou, o mundo não é dominado por um apocalipse zumbi antes das nove da manhã. Ele existe.
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Pode ser péssimo para a minha reputação (oi?) admitir isso, mas: eu gosto do bairrismo de Botafogo.
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Eu sei que estou na Zona Sul. Não porque Botafogo passa a ser subúrbio. Não por causa do trânsito infernal e intermitente do Jardim Botânico. Não pela praça que inaugurou (pelo menos acho que) essa mania de chamar os lugares de Baixo-Lugar-Descolado-da-Galera. Não pelo cheiro de batata frita que não é um cheiro de gordura velha, é cheiro de uma apetitosa batata frita. Eu sei que estou na Zona Sul quando me cobram 50 centavos por UMA cópia.
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Há momentos em que vejo alguma coisa e sinto uma vontade enorme de tirar uma foto para postar no feicebuque. Fosse um tempo atrás, eu me defenderia dizendo que não tenho um aparelho tecnológico o suficiente para fazer isso. Agora tenho. E vou resistir pelo menos até que as pessoas esqueçam a matéria sobre banalização da imagem que compartilhei outro dia. A hipocrisia vai bem, obrigada por perguntar.

O problema todo é que, como eu não fotografei, o mundo (aham...) nunca saberá a graça que foi a mãe e a funcionária tentando manter quieto um bebê de seis meses a fim de tirar a foto para o RG da criança. Acrobatas perdem.

A parte boa é que não veremos um comentário da minha irmã na foto dizendo que obviamente ela tem 3 meses ou dois anos.  Certeza mesmo só a minha inabilidade para reconhecer a idade dos pimpolhos.

Agora imagina o bebê apresentando o RG na porta da buátchi!
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O Registro de ocorrência é bom o bastante para os bancos, para o plano de saúde, para a secretaria de pós-graduação, para o drama com os amigos, para conseguir dinheiro emprestado, para que as pessoas exerçam a atividade cotidiana e tão necessária para a humanidade que é me mimar, para justificar faltas, ausências e crises de choro. Entretanto, não é bom o suficiente para o Detran. Quem entenderá? Sem falar que eles podiam ter me dito isso antes que eu pagasse uma fortuna pela cópia do BO insuficiente. Até o bebê pode ter um RG, menos eu.
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Só a cafeína expulsa a madrugada das pessoas.
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Se a padaria estava fechada, a programação matinal foi dar com a cara na porta, o cartão não tinha chegado, o BO não servia e o cartucho da impressora estava em falta, por que cargas de ingenuidade e otimismo eu fui achar que meu diploma estaria pronto?
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A vida funciona assim: tem o caderno lilás fofinho, tem o vermelho charmoso, tem o de capa dura, tem o quadriculado... e tem o que custa cinco reais e trinta e cinco centavos. E já é um sofrimento me convencer de que isso é barato.
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Moral da história: comer dá fome e sempre há Oz no fim do túnel.

2 comentários:

  1. Os diplomas nunca estao prontos. É só a última oportunidade da burocracia acadêmica fuder com nossas vidas, você acha que ela a perderia?
    Thaís

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  2. que lindo. promete que um dia ainda escreve um livro?

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