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terça-feira, dezembro 28, 2010

Estrada aberta

Mais uma dose que alguém põe no copo sem eu perceber. Mais uma série de coisas que se anotam em listas sequenciais sem que eu tenha meios de cumprir. Mais uma ampulheta que alguém gira sem pedir permissão, a vida roda e eu aqui sendo a mesma-com-o-prazer-de-ser-o-mesmo-mas-mudar. De casa, de caso, de coisa, de trabalho, de roupa, de afeto, de família, de trilha – universo em expansão.

A estrada, o mar, a porta, a vida, tá tudo aberto esperando o novo entrar sem pedir a licença que já foi dada ao que vier pro bem. Meio macumbeira, meio supersticiosa pelo encontro de consoantes que amo e pelas vontades de ter algo em que me agarrar (sempre!).

Um descampado grande e verde para além das janelas. O calor dissipa as nuvens, o verão chove todas elas e é quando o sol se abre mais limpo, forte, intenso para quem puder aguentar e dele se alimenta.

Novos cenários. Novos horizontes. Novas pontes que vamos construindo, tijolo a tijolo, pedaço a pedaço. Com a calma e a pressa certas para ver surgir e poi passos firmes, um de casa vez, mãos coladas.

Desmanchar cenários, construir fronteiras borradas, borrar os batons, desarrumar a cama e os cabelos, esvaziar o copo em pequenos goles cheios de vontade prudente de ser um só. Entendi que não podemos atropelar os ventos nem esperar que eles mudem de direção. A gente busca o meio termo entre se deixar levar e leva-lo um pouco com a gente.

E nunca antes (h)ouve tanto mar aberto.

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