Chega uma hora na vida que não dá para simplesmente ignorar, a paciência termina e até surge uma pequena vontade de violência junto com a imensa vontade de solidão. A perspectiva de que alguma coisa realmente boa aconteça é bem pequena. Também não há promessas de pequenas diversões, digressões epifanias. Demorei um certo tempo para saber algumas coisas que quero e outras que não quero no meio de tanta indefinição e parece excesso de ironia que eu seja tão constantemente obrigada a conviver com pessoas de quem não gosto, fazer coisas que não quero e manter alguma expressão amena, a tal cara de paisagem quando acaba o saco, a voz, o estômago para discutir cada pensamento, gesto, absurdo num mundo em que nem se discute, em que a realidade é algo tão impalpável, tão inatingível que.
Nem sei.
Eu queria uma coisa diferente de todo esse pó, nem que fosse algum veneno anti-monotonia.
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