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sexta-feira, junho 22, 2007

Simetria ("eternidades da semana")

Também não há como fazer mal
o simples fato de não ser igual:
às vezes o amor amorna,
parece apenas normal.
Não que esfrie, mas
o sangue morno passa mais fácil pela garganta.
Não é porque ganha entorno
que o amor deixa de ser eterno;
pode parecer sangue-frio
o amor-mór ficar normal,
fica leve de levar
e talvez só menos desigual.
Não faz mal o amor-mór
não fazer mal.

Se só deixa de ser metade
(Atinge a meta?)
Se deixa de ser tão inteiro
(Fica mais intenso?)
Se fica mais inteiro
(E menos tenso?)

[Nós ficamos mais inteiros
quando não somos Nós
Nós ficamos mais intensos
quando somos só nós mesmos
- nós só somos Nós quando estamos sós]

NÃO SE MORRE MAIS DE AMOR!
- Porque a partir de agora
não há mais ressurreição -

O amor-mór
nunca se quis eterno.
Morre o amor,
ficam os sentimentos ternos.
O amor-mór
nunca pretendeu herdeiros.
Amputam uma metade,
deixam antigos meios.
Puta com as pretensas perfeições
prorrogadas do pretérito,
até as feições mudam
diante dos mesmos fatos.
Fetos de um velho sonho,
viga do amor de aço!
Diante do amor-mór,
eu me nego e me amordaço.

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