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quinta-feira, março 01, 2012

O que é isso, Fernando?

O começo do eterno retorno faz com que repita sem pensar um mesmo trajeto de anos antes. A sensação de um passado longínquo corresponde mais à falta de reais distâncias a percorrer do que a embaçamentos na memória fraca. Sempre foi boa - e, afinal, foi mesmo ontem, não haveria razão para. Fato é que o tal do novo tão temido, desnorteador, desestabilizador, que há não muito cegava, provocava suores, insônias, pesadelos e angústias. Estas últimas também mais por hábito, dependência, vício que realmente por reação a acontecimentos reais.

Nenhum acontecimento real. Nenhuma novidade maior que a de pegar de volta os mesmos caminhos, voltar aos mesmos lugares, olhar nos mesmos rostos. De um lado duros, cheios de obstáculos para perpetrar. De outro ansiosos para que eu traga-lhes também um caminho, alguma coisa perto de uma certeza, uma forma próxima de concreta. Nenhum dos dois lados sabe o quanto não posso oferecer nada disso. Não sabem que trago as mesmas perguntas, os mesmos desejos de achar respostas. Talvez para um dos lados eu seja ainda muito ingenuamente sonhadora e para o outro demasiado incrédulo, no sentido de uma desesperança no que concerne a achar as respostas.

O que não sabem, ninguém sabe. É que todos fazem parte de uma mesma procura cíclica, cansativa e estimulante. Como uma escada, um medo, uma ponte ou um passo de dança. Sempre sem interrupção.

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