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segunda-feira, janeiro 02, 2006

Do que não me ensinaram...

Os antigos brinquedos da infância,
Num rompante do destino desavisado,
Tornam à lembrança.
Entornam juntos na taça,
Embebem juntos na cerveja,
Esquecem juntos no desabraço...
Retornam antigas promessas,
Reformam as mesmas palavras,
Tocam as mesmas notas
E da noite sem planos
Emerge um sonho por trás da fumaça.
Os sonhos de vinho tinto
Fazem unir os instintos
Que acordam a madrugada,
Mas na hora de redizer o mesmo
- os olhos cheios de vontade -
vão adormecendo em outros olhos...
Ainda há tempo que não vá com os anos?
O vento leva o voto dos santos.
E se não dá para falar em alento,
Nem vou pensar em aliança.
Isso é brincar de fazer verdade
Os sonhos de duas crianças.

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Sentimentos já subvertidos pelo tempo. Nem dá mais pra voltar atrás. Não dá também para ficar pra sempre nas mesmas frases piegas e sem muito sentido. As condições vão ficando inaceitáveis para a vida. Não adianta fazer dicionários com verbetes atemporais, pois as sensações mudam com o tempo. Tempo é algo difícil demais pra falar. Je suis vraiment desolée. Estou me atualizando, tentando parar de chorar ou ao menos desacostumar com o gosto do meu “mar de lágrimas”. E a vida ainda tem muitas portas para se entrar. E muitas e muitas “meia-hora” para mudar muitas e muitas “minha vida”. É ruim sonhar com coisas que não dá pra saber. É chato isso de o mundo não depender só de mim. Me iludem com a tal autonomia. Estou numa vida que não me permite mais erros e eu não consigo aceitar isso. Eu ainda não descobri nada de verdadeiramente útil.
Descobri que posso viver sem, mas não sei se sem e mesmo viver ou se é só o tal “ir vivendo”. Era tudo o que eu não queria e se eu queria enlouquecer, perdi a única chance. Deixa estar e ser como tem de ser. Tudo no seu devido lugar.
É meu último dia.

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