Para ler ao som de Tempo de pipa (Cícero).
"Vamos nos espalhar sem linhas".
Eu não sei como faz para desatar nós e nem sei se é necessário - ou se vale a pena. Há nós apertados, há pronomes pessoais retos tão pessoais e tão plurais que não dá para desfazer assim por qualquer bobagem. Não que futuro seja bobagem, não que projetos completamente diferentes também o sejam, mas é que alguém sempre sai machucado das coisas e preservar tudo no seu devido lugar é sempre a minha maneira de evitar que o sangue respingue em mim quando ainda tem as nem-tão-velhas feridas assim tão mal fechadas.
Quando o nó fica assim muito preso, a gente machuca as unhas e não consegue. Às vezes usa os dentes e parece que só fica tudo mais amarrado.
Sei não... Enquanto os nós não se desmancham, nada impede que nos deixemos levar pelos laços que nossos corpos fazem sozinhos, sem que a gente queira e porque a gente quer.
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