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sexta-feira, outubro 05, 2012

Não existe verso simples e eficaz.
Não é esse o papel dos versos.

Talvez seja das músicas, elas encorajam, enchem a cena daquela atmosfera de coragem quando a gente acha que já não é mais possível. Uma melodia qualquer perpassa a água do banho, os perfumes da pele e as roupas que a gente veste pensando em despir.

Quando o relógio ameaça dali, não dá para brincar com palavras. Elas carecem de tempo, cuidado, arrumação. Precisam ser colocadas na posição certa, descolocadas, desacertadas. O tempo escasso só permite que se pense em músicas, dessas que já vêm com os sentimentos prontos. Que a gente também veste junto com a roupa que vai despir.

Os refrões podem ter palavras fortes, melodias preenchedoras, notas marcantes como as de um vinho. Podem ser espumosas como cerveja. Podem ter sabor. Aliás, conhecido o cheiro, este qual será? Uma gaveta de cada vez.

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